Deus se revela em toda a Bíblia como aquele que faz promessas. Esta é uma das principais características do seu modo de agir e se relacionar com o ser humano. A Bíblia inicia e termina com Deus fazendo promessas. Em Apocalipse 21.1-8 temos a promessa do “novo céu e da nova terra (Ap 21.1-8). Na origem do povo de Israel, encontramos duas importantes promessas de Deus feitas a Abraão: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei” e “em ti serão benditas todas as família da terra” (Gn 12.2-3). Para quem crê, toda a história bíblica e, consequentemente, toda a história humana, são marcadas pelas promessas de Deus.
Chamado como “pai da fé”, Abraão recebe a promessa de Deus de uma descendência numerosa. A seguir, recebe a promessa de que, pela ação divina, Sara, sua esposa, considerada estéril e ambos em idade avançada, teria um filho, o responsável pela sua descendência. Naquela época, descendência era uma questão de honra, de bênção, de prosperidade, de segurança e continuidade da família. Diante das promessas de Deus e da desfavorável condição humana, diz o texto de Genesis 15.6: “Abraão creu no Senhor, e isto lhe foi imputado para justiça”.
Três importantes lições podem ser extraídas da história de Abraão relatada acima. A primeira é que sem confiança, sem fé, sem crer, as promessas de Deus não serão realizadas em nossa vida. A nossa participação diante das promessas de Deus é crer: crer na graça, na bondade e na ação divina, crer que Deus é fiel para cumprir as promessas que faz. A segunda lição: as promessas de Deus são feitas diretamente a Abraão. Todo o diálogo se deu entre Deus e Abraão, ninguém mais. Deus toma a iniciativa e faz suas promessas sem precisar de intermediários. Não precisamos correr atrás das promessas de Deus, pelo contrário, o Deus das promessas vem até nós, tal como ocorreu com Abraão e com tantos outros homens e mulheres na Bíblia. Não precisamos correr atrás de ninguém que se intitula “portador das promessas de Deus”. Não precisamos realizar nenhum sacrifício ou ritual, nem mesmo comprar qualquer objeto considerado “sagrado” para receber as promessas de Deus. Por fim, a terceira lição: as promessas de Deus implicam em perseverança e provação. Demorou certo tempo para as promessas de Deus se cumprirem na vida de Abraão e Sara. Ambos foram tentados a descrer, a duvidar, a questionar e até mesmo esquecer o que Deus havia dito. No entanto, Deus não é um “gênio da lâmpada”, pois o tempo de Deus é diferente do nosso, assim como seus pensamentos e caminhos (Is 56.8-9). Pode ser que as promessas de Deus demore certo tempo para acontecer, mas a fé, mesmo diante das adversidades e contrariedades, é fundamental para elas se cumprirem em nossa vida. Tenhamos fé em Deus e aguardemos o cumprimento das suas promessas em nossa vida.
Rev. Reginaldo von Zuben
Professor da FATIPI
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